Em resposta a um desafio para falarmos sobre dificuldades sentidas com marketing digital, a Helena escreveu:
“(…) a minha grande dúvida é se consigo construir uma estratégia de conteúdos minimamente atrativa. Aqui entra o factor ‘criatividade’, uma vez que penso que não tenho muita criatividade.”
Para respondermos a esta questão, vamos falar:
- do impacto de ter ou não ter criatividade
- e fazer um guia rápido (ênfase na palavra “rápido”) de construção de uma estratégia de conteúdos
“Não tenho muita criatividade”
Há vários tipos de criatividade.
É frequente associamos o marketing à criatividade que veríamos num escritor, que concebe um universo de personagens e histórias na sua cabeça… do zero.
Porém, o marketing e a estratégia estão mais ligados a outro tipo de criatividade: a da resolução de problemas. E este tipo, conhecendo a Helena, sei que ela tem.
E, mesmo que não tivesse, é um “músculo” que se pode ir desenvolvendo.
Por isso, podemos entrar na estratégia de conteúdos de uma perspetiva de resolução de problemas. Eis os que temos de abordar:
- Quem é o nosso público-alvo?
- Que conteúdos interessam a este público?
- Como determinamos se a nossa estratégia funciona?
Guia Hiper-Rápido
1. Quem é o nosso público-alvo?
A nossa marca tem uma audiência natural.
Às vezes, é malta da Geração Z que adora ir aos festivais.
Às vezes, são residentes em áreas urbanas à procura de investir com o mínimo de risco.
Outras, podem ser pessoas que estudam ou trabalham em marketing à procura de mais conhecimento.
Estudar um público-alvo é, facilmente, assunto para um mês de palestras.
Mas, para este guia rápido, aqui vão algumas perguntas sobre o público-alvo, cuja resposta nos vai dar um grande avanço.
Vamos completando com exemplos aplicados à audiência de um formador de marketing digital.
- Que problemas têm por resolver? Ex. “O engagement da minha página não pára de descer.”
- Que desejos tenho por satisfazer? Ex. “Quero crescer a minha presença nas redes sociais. Quero trabalhar numa agência.”
- Que perguntas têm por responder? Ex. “Como posso medir o desempenho da minha página?”
- Que frustrações têm de desaparecer? Ex. “Já não consigo ter ideias para conteúdos…”
- (para marcas pré-existentes) O que é que as pessoas mais gostam/valorizam sobre esta marca? Ex. “O formador explica as coisas de forma simples e divertida.
Se não tivermos respostas para dar em cada bullet, fazemos pesquisa.
Podemos:
- Cuscar Grupos de Facebook e LinkedIn
- Pesquisar Sub-Canais de Reddit e perguntas no Quora
- Analisar comentários feitos em perfis/página da concorrência
- Perguntar diretamente a pessoas da nossa audiência
Toda a informação que reunimos pode ser complementada com dados:
- demográficos, como sexo, género, idade
- geográficos, como país, cidade, bairro
- financeiros, como o rendimento mensal
Se quiseres ir para além deste guia rápido:
- How to Define a Target Audience
- Find and Research your Target Audience
- How to Research your Target Audience to Increase Resonance
2. Que conteúdos interessam a este público?
Depois deste trabalho de pesquisa, vamos ter um conhecimento muito mais profundo do nosso público-alvo.
O que significa que não precisamos de super-poderes criativos para adivinhar o que interessa à nossa audiência.
Precisamos apenas de ligar os seus interesses, preocupações e desejos às formas como a nossa marca as pode abordar.
Ex. Problema: “O engagement da minha página não pára de descer.”
Para este problema, podemos criar conteúdos para:
- ajudar a Medir Corretamente o Desempenho de uma página/publicação
- explicar como abordar Trends ou Temas Quentes pode fazer toda a diferença
- falar sobre as Boas Práticas de criação de conteúdos
- explicar como as redes sociais usam Algoritmos para decidir que conteúdos são mais divulgados
- fazer Recomendações de Apps que melhoram a nossa capacidade de produzir (bom) conteúdo
Desta forma, em vez de estarmos a criar conteúdos num vazio, estamos a abordar questões específicas, levantadas pela nossa pesquisa.
Este raciocínio pode ser seguido para todas as preocupações, perguntas, frustrações que encontrarmos.
3. Como determinamos se a nossa estratégia de conteúdos funciona?
Todas as estratégias precisam de ajustes.
Alguns têm lugar pré-lançamento, enquanto revemos as nossas ideias.
Outros terão lugar pós-lançamento, quando já estamos a publicar.
E aqui, o fundamental é sabermos as métricas a acompanhar.
As duas principais:
Interações (ou Engagement)
São todos os sinais positivos que quem viu o post deixou na publicação. São os “aplausos” que recebemos.
- likes
- comentários
- partilhas
- partilhas por mensagem direta
- cliques
- saves
Há muitas formas diferentes de fazer o cálculo, mas a mais simples e comum é Likes + Comentários + Partilhas.
Podes juntar outras variáveis, claro. O fundamental é que te mantenhas consistente na fórmula que estás a usar.
Taxa de Interações (ou Engagement Rate)
O número de “aplausos” vs. o número de pessoas na plateia (que viu o post).
Ou seja, Interações do post vs. Alcance do post.
Vamos ver com um exemplo:
Alcance: 146.557 pessoas viram o post. É o número por cima das 3.900 reações.
Taxa de Interações: 4.921 interações / 146.557 pessoas = 3,4%
Se fizermos estes cálculos para todas as nossas publicações, ficamos com uma boa noção, do que está a funcionar.
Ou, concretizando para a pergunta original da Helena, começamos a perceber que conteúdos são, de facto, atrativos para o nosso público-alvo.
Se quiseres saber mais sobre análise de dados para social media, aqui ficam algumas sugestões:
- The Ultimate Guide to Social Media Analytics
- 10 Social Media Analytics Tools that Will Do The Math For You
- 6 Social Media Analytics and Reporting Tips for Becoming a Data-Savvy Marketer
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Helena, espero ter respondido à pergunta.
Se sim, faz like, comenta, clica e partilha, que estou agora no analytics e qualquer saltinho nas métricas é bem-vindo ?