Desafiada a falar de uma dificuldade que sente com o marketing digital, a Rita escreveu:
“Geração de leads, queremos leads.”
Para estarmos todos em sintonia, “leads” são potenciais clientes, pessoas que já demonstraram interesse em comprar um produto/serviço da nossa marca.
Ou seja, querer leads é querer ter pessoas interessadas em comprar.
Quem tem leads, tem negócio.
E o marketing digital pode ter um papel importante a criá-las.
Como?
Com os “filtros” certos.
Muitas vezes, o grande desafio é:
Separar a pessoa curiosa da pessoa interessada.
Imagina que trabalhamos em vendas.
(ou em “business developement”, se fores hoje imprimir os cartões de visita)
É melhor entrarmos em contacto:
- com um curioso
- ou com um interessado? <— lead
- com um seguidor no Instagram
- ou com uma pessoa que já tinha entrado em contacto connosco a fazer perguntas sobre os nossos produtos? <— lead
- com um visitante do nosso site
- ou com alguém que já pediu amostras do nosso produto? <— lead
Algumas das pessoas que seguem a nossa marca nas redes, que cuscam o nosso site, que passeiam na rua e aproveitam para olhar para os artigos na nossa montra são apenas curiosos.
Ou seja, são pessoas que não estão à procura de comprar.
Nem antecipam virem a comprar no futuro.
Estão, literalmente, apenas curiosas.
E um bom vendedor sabe isso.
Razão pela qual evita falar com curiosos… se puder falar com interessados (com leads).
Portanto, novamente, a questão é: usando marketing digital, como fazemos a separação?
Usamos “Filtros”
Técnicas que permitem separar o “totó que só está a cuscar a montra” do “esta pessoa está mesmo interessada”.
Vamos ver 4 táticas, de forma resumida.
Geração de Leads é um tema que daria para vários livros. Por isso, vamos falar das 4 táticas e vão ficando alguns links recomendados, caso queiras investigar mais algum assunto.
Aqui vamos nós:
1. Lead Magnets
Uma das formas de diferenciar um curioso de uma lead é colocá-lo numa situação em que, para ter acesso a algo valioso sem pagar, tem de dar um contacto pessoal.
Por exemplo:
“Queres ter acesso a uma mentoria de 30 minutos com um perito da tua área?
Fantástico. Deixa a tua informação e o teu contacto no formulário abaixo.”
Um curioso tende a valorizar mais a sua privacidade e diz:
“Nem pensar. Com o meu email não ficam.”
Uma pessoa genuinamente interessada, que tem questões importantes por responder, objetivos por concretizar, problemas por resolver, vai antes dizer:
“O problema que tenho por resolver é mais importante que dar ou não dar o email.”
(pode, claro dar-se o caso de já conhecer a marca ou de se proteger dando aquele email secundário, para onde só vão “as coisas chatas”)
Chama-se um magnet/íman porque atrai os interessados, que vão sentir o magnetismo da promessa de resolução de um problema, de ajuda na concretização de um objetivo.
Assim, um lead magnet pode assumir várias formas, como:
- um E-Book
- um Guia para Iniciados
- um Período de Experimentação
- um Mini-Curso
- um Pedido de Orçamento
- um Test Drive
- uma Amostra
Tens aqui um guia para 15 tipos diferentes de lead magnet.
2. Contacto Direto
Uma rede como o LinkedIn pode ser uma boa ajuda, sobretudo para negócios B2B (business-to-business, produtos e serviços para empresas, não para pessoas).
Quando criamos o nosso perfil no LinkedIn, deixamos lá escarrapachadas várias informações úteis, como a nossa função atual.
Um bom vendedor olha para a função de cada pessoa e percebe se essa função coloca a pessoa longe ou perto do processo de decisão de compra.
Por exemplo, se eu quiser descobrir um novo sítio para dar formação, pesquiso por:
Porquê? Porque é um dos nomes dados à função responsável pelo recrutamento de formadores, ou seja, pela decisão.
Com esta ideia, podemos:
- Pesquisar pela função que nos interessa. Ex. Um comercial de uma agência criativa procura por responsáveis do Departamento de Marketing ou Comunicação (um CMO, por exemplo).
- Criar uma lista com as várias pessoas que encontramos e que se encaixam com o perfil que pretendemos
- Determinar a melhor forma de entrar em contacto com a pessoa (através do próprio LinkedIn, usando um contacto em comum ou recorrendo a um email checker, que pode ajudar a determinar a morada de email)
O contacto pode girar à volta de uma pergunta direta (“estão abertos a uma nova agência?”), mas deve incluir, de forma tão breve quanto possível:
- Quem somos
- Porque estamos a entrar em contacto
- Como podemos ajudar
- Provas rápidas de sermos dignos de confiança (qualidade, reconhecimento, estatísticas)
Algumas pessoas não vão responder, algumas respondem mas não estão interessadas. Mas outras mordem o isco e a conversa continua.
E assim, separamos o trigo do joio e chegamos a mais leads.
Se quiseres continuar a investigar este mundo, lê o artigo “How to Cold Email Like a Boss“.
3. Anúncios
Da mesma forma que podemos usar o LinkedIn para nos apresentarmos individualmente a cada decisor para determinarmos quais são leads, podemos criar um anúncio para esse mesmo público-alvo.
E qual é que pode ser bom conteúdo para o anúncio…?
O lead magnet!
Nota: aqui, pode interessar escolher como público-alvo do nosso anúncio não só decisores, mas também influenciadores da decisão.
Por exemplo, o Diretor de Marketing toma a decisão da agência a ser contratada.
Mas é natural que pessoas do Departamento de Marketing, com cargos como Gestor de Marca, Gestor de Produto, etc, tenham uma palavra a dar ou possam até sugerir um novo fornecedor.
Queres entrar no mundo dos LinkedIn Ads? Começa com:
4. Marketing de Conteúdos & SEO (por amor da Santa, não é nem “céu” nem C.E.O.)
Podemos separar curiosos de interessados pelas suas pesquisas.
Uma pessoa curiosa com piscinas interiores vai ver fotografias e vídeos da experiência em si.
Uma pessoa legitimamente interessada vai querer saber:
- Quanto custa
- Quanto tempo demora
- Que manutenção vai precisar de fazer
- Quanto espaço ocupa
- De que autorizações precisa
- Etc.
Isto significa que a nossa marca pode criar conteúdo específico para responder a essas perguntas.
Vamos acrescentar ao nosso site conteúdos relacionados com temas relevantes para o nosso público-alvo (as tais perguntas por responder, problemas por resolver).
Se são temas relevantes, vão ser pesquisados.
Se são pesquisados, aumentamos a probabilidade de o nosso conteúdo aparecer nos resultados de pesquisa.
A nossa missão será prever as palavras usadas nessas pesquisas e incluí-las nos nossos conteúdos.
E podemos ir um passo mais além…
… que é incluir o lead magnet nos conteúdos, como um bónus no final da leitura.
No caso das piscinas interiores, o íman que salta logo à vista é o pedido de orçamento gratuito.
Desta forma, não ficamos apenas a fazer figas para a pessoa nos contactar.
O nosso lead magnet dá-lhe um “empurrãozinho” no sentido certo.
Queres saber mais sobre isto? Começa aqui:
- A Simple Hack to Find the Right Keywords
- Content Writing for SEO: How to Create Content that Ranks in Google
Considerações finais
Algumas ideias para fechar, porque este assunto daria anos de conversa.
Quanto mais confiável a nossa marca for, mais os nossos conteúdos/anúncios/emails vão converter.
A nossa marca torna-se mais confiável com, por exemplo:
- Testemunhos
- Referências
- Estudos de Caso
- Estatísticas de Desempenho
- Prémios
Nem tudo o que vem à rede é peixe.
Vamos ter pessoas a inscreverem-se no nosso lead magnet que acabam por não comprar.
Aliás, na larguíssima maioria destes processos (frequentemente chamados “funis”), a maior parte das pessoas não compra.
Não é uma falha nossa. É simplesmente como as coisas são.
Ex. um vendedor de t-shirts do Benfica pode querer vender uma t-shirt a todos os portugueses. Mas…
- nem toda a gente gosta de futebol (excluídos),
- nem todas as pessoas são do Benfica (excluídos)
- algumas pessoas são só simpatizantes (excluídas),
- e, dentro de que é de facto adepto…
- nem todos conhecem este vendedor (excluídos)
- nem todos têm dinheiro para comprar (excluídos)
- alguns vão achar o produto caro, de fraca qualidade, que a produção não é sustentável, etc (excluídos)
- nem todos têm essa necessidade/desejo naquele momento (excluídos)
É simplesmente como as coisas são.
Uma boa percentagem de compras pode facilmente ser 0,5% da nossa lista.
Não te concentres em números que viste no Google.
Foca a tua energia em melhorar face à percentagem que tens hoje.
Se estás nos 0,1%, chegar a 0,2% duplica a qualidade das tuas táticas.
Se fosse o meu projeto, já estava assim:
Moral da história: usa o teu desempenho passado como fasquia.
Se vais usar lead magnets, educa-te sobre o RGPD.
Não podemos oferecer um e-book à pessoa e chateá-la todas as semanas com uma oferta.
Com efeito, o Regulamento Geral de Proteção de Dados dita que só podemos contactar as pessoas por motivos pré-aprovados por elas.
Por isso, tem atenção. Aqui vai um guia introdutório.
Testa, avalia, ajusta, dorme, repete.
Todas estas táticas podem e devem ter o seu desempenho revisto e ajustado.
Os nossos emails podem ser re-escritos.
Os lead magnets substituídos.
Os anúncios ajustados.
Mas sempre com base nos resultados que temos.
Até podemos lançar 2 anúncios em simultâneo, por não sabermos que texto, imagem ou vídeo funciona melhor.
É este o magnífico mundo dos Testes A/B.
Rita, obrigado por responderes e dares a conhecer a tua grande questão.
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