A Internet dá-nos possibilidades que nunca teríamos antes dela. Ou, pelo menos, nunca teríamos sem comprar grandes espaços publicitários em canais televisivos, estações de rádio ou painéis outdoor.
Mas, por muito que a Internet ponha os pequenos ao nível dos grandes, não resolve todos os problemas.
Quem está a dar os primeiros passos no seu projecto é quem mais sente este desafio: o facto de a sua marca não ser conhecida. E, com zero fãs, zero visitantes e zero seguidores, não há projecto. É como a festa em que ninguém aparece.
Por isso, fica a questão:
Como é que ajudamos a nossa audiência a encontrar o nosso projecto?
Há duas grandes maneiras.
Uma é pôr alguém que já tem fãs/seguidores a falar sobre nós. A outra é aparecermos na primeira página dos resultados de pesquisa do Google.
Ou, dito de outra forma, temos Publicidade e SEO.
É possível que estejas a pensar o que é SEO. Vamos começar por aí.
(A publicidade vemos noutro artigo.)
SEO significa Search Engine Optimization e é o conjunto de acções que podemos tomar para uma página do nosso site aparecer super-bem posicionada nos resultados de uma pesquisa de um (lá está) search engine ou motor de busca (como o Google, o Bing ou, para quem tinha um modem em 1995, o Lycos e o Altavista).
Vamos ver isto com uma analogia.
Imagina que tens 15 anos outra vez e o teu site é o teu quarto. E o Google é a tua mãe (não é difícil: ambos sabem tudo).
Imagina que a tua mãe vem ao teu quarto para vir buscar um par de meias, um DVD para ver depois de jantar e a pen drive que te emprestou. Se tiveres as meias na gaveta das meias, um bom DVD no armário dos DVDs e a pen 100% funcional ao pé do computador, é fácil.
Se tiveres um quarto em que não vemos o chão, os DVDs estão na gaveta das meias e a pen caíu dentro de um iogurte com 3 dias, não só é mais difícil como não vai correr bem. Boa sorte para quando chegares a casa.
Então o que é que o Google faz, exactamente…?
O Google visita o teu site à procura de informação, da mesma forma como a tua mãe visita o teu quarto.
Através dos seus Googlebots (pedaços de software que exploram a Internet para a catalogar), o Google vê que informação está presente, que relevância tem e se está bem arrumada.
Eu gosto de pensar nos Googlebots como a Enterprise mas, em vez do Universo, exploram a Internet:
Quanto mais relevante for a informação que dás e quanto mais bem arrumada estiver, melhor o Google vai posicionar o teu site nas pesquisas por certas palavras.
No fundo, é o equivalente à nossa mãe comprar-nos um Snickers porque as meias, os DVDs e a pen estão a funcionar e estão arrumados no sítio certo. (E sim, eu sei que um Snickers vale mais do que aparecer na primeira página do Google.)
Caso tenhas curiosidade, este infográfico resume muito bem o que o Google faz cada vez que tu fazes uma pesquisa.
Ao todo, para decidir que páginas são mais importantes e devem aparecer na primeira página de resultados, o Google utiliza mais de 200 critérios. Tens aqui a lista:
Para ainda chegares a casa a tempo de arrumar as meias e os DVDs, vou só dar-te alguns exemplos dos mais importantes:
- Nº de visitas
- Tempo passado na página: se um artigo demorar 5-6 minutos a ler e 90% das pessoas ficam na página 30 segundos, isso é um sinal de que a página não será o melhor resultado para apresentar a quem pesquisou.
- Back-links: presença de links que encaminham para a página em questão. Os back-links são entendidos como um aval à qualidade do conteúdo dessa página (como eu acima deixei um back-link para a página onde está o infográfico). Quantos mais, melhor.
- Conteúdo recente: teres publicado em 2017 ajuda mais do que teres escrito qualquer coisa em 1997. Ou seja, isto não marca pontos:
- Match entre palavras pesquisadas vs. palavras contidas na página: entre o URL, o título, os sub-títulos, a descrição e o texto em si, o Google analisa o conteúdo da página para decidir se vai de encontro à pesquisa realizada.
- Ortografia: escreve bem sachavor.
Quando estiveres com insónias, vai aqui para conheceres os 200 factores que formam o PageRank, o algoritmo criado pela Google para encontrar, organizar e hierarquizar a informação que está online.
Ainda acordado? Aqui, podes ver todas as iterações do algoritmo da Google.
Quais os grandes cuidados que deves ter quando escreves?
SEO é um mundo. E, dentro dos grandes mundos do marketing digital, é dos que menos domino. Por isso, foco-me no que é essencial, por uma questão de tempo e eficiência.
(Se fosse ao pormenor de escrever este artigo a respeitar de forma impecável os 200 critérios, estaria a acabar este artigo num lar de terceira idade.)
E a verdade é que uma grande parte do que realmente importa para um bom posicionamento nos resultados de uma pesquisa (quem sabe, até aparecer na primeira página do Google) pode ser assegurado por alguém que esteja a dar os primeiros passos nesta área.
Por isso, eis os meus grandes conselhos para começares a trabalhar a tua escrita e o teu SEO com nível:
1. Pesquisa por palavras-chaves que estejam “quentes”.
Usa as ferramentas abaixo (podes ter de criar uma conta, mas é grátis) para descobrires que palavras é que os internautas escrevem nas suas pesquisas:
Com estas ferramentas, ficas a saber quais as palavras e frases mais pesquisadas (procura) e que nível de concorrência têm (quantas páginas têm conteúdos sobre essas palavras).
O teu objectivo: encontrar palavras que são muito pesquisadas mas que ainda não têm muita concorrência. É o caminho de menor resistência em direcção à primeira página do Google.
Assim, sempre que possível, garantes que usas nos teus conteúdos as palavras pesquisadas pelos internautas, em vez de jargão de especialista, em que as pessoas normais não tocam… e que não tens já uma fila enorme de páginas a usar essas palavras à tua frente.
2. Escreve para pessoas E para apareces na primeira página do Google
É possível escrever um artigo apelativo para seres humanos e, mesmo assim, deixá-lo com um conjunto de sinais que o Google aprecia, como por exemplo:
- Usa nomes de páginas com as palavras-chave em questão. Por razões óbvias, afonsomalheiro.com/blog/guia-introdutorio-de-SEO é melhor do que afonsomalheiro.com/blog/78238
- Usa as palavras-chave do teu artigo não só no título e no URL, mas também no artigo em si
- Organiza o artigo com sub-títulos (os “headings” ou “Título 1/2/3/…”)
- Cria links, internos (para artigos relacionados dentro da tua página) e externos (para outros sites, que sejam líderes de opinião no assunto em causa)
Mas estes são apenas exemplos.
A forma mais simples de assegurares que a tua escrita agrada não só aos humanos mas também aos Googlebots, é instalares um plug-in no teu site que reveja os teus artigos e te faça sugestões de melhoria de forma automática.
Eu gosto do Yoast SEO, feito para sites WordPress (como o meu). É tão popular, que muitas pessoas dizem que um artigo nunca está verdadeiramente pronto até o Yoast dar “luz verde”.
Quando estava a meio deste artigo, isto era o que o Yoast me dizia. Primeiro, sobre a legibilidade do artigo.
Depois, sobre cumprimento dos critérios do PageRank. A chave, como podes imaginar, é resolveres os pontos a vermelho e, se possível, os a laranja.
Se quiseres saber mais sobre como aparecer na primeira página do Google…
Recomendo-te estes dois guias introdutórios:
- QuickSprout
- Hongkiat: partes 1, 2 e 3
E, se julgas que é preferível teres a ajuda de alguém experiente, não hesites em procurá-la. Além de o SEO ser relevante para um artigo que vais escrever, é também importante para o teu site como um todo (as tais meias e DVDs arrumados nas gavetas e armários próprios).
Mas se eu e tu fossemos tentar dominar todos os aspectos do marketing digital sem recorrer a ajuda, nunca teríamos tempo para nos focar no que realmente fazemos bem. Aparecer na primeira página do Google não pode ser uma cruzada.
Vê as coisas assim: é melhor um Cristiano Ronaldo que ataca, corre, marca golos e faz assistências (o que faz melhor), do que um CR7 que obcecado com também ser guarda-redes. E defesa. E apanha-bolas. Olha para a imagem abaixo.
É estranha, não é? Claro que sim. É a imagem de um perito em ataques, fintas, golos e assistências… a dedicar o seu tempo a ir à baliza.
Por isso, se tiveres a possibilidade de instalar o Yoast SEO no teu site, já vais estar no bom caminho. E vais cumprir a regra dos 80/20. Conhece-la?
Conselho final
Não fiques a pensar nos 200, 1.000, 50.000 critérios que existem.
Se estiveres muito preocupado em limar todas as pequenas arestas de cada artigo, vais perder muito tempo, foco e energia que podias estar a usar em coisas mais importantes.
É muito mais crítico para o teu sucesso que o artigo esteja bem escrito. Com boas ideias, bem explicadas, um bom call-to-action e imagens apelativas. Estas coisas são todas mais importantes do que garantires detalhes como a tua palavra-chave aparecer num dos sub-títulos do teu artigo.
Aliás… um artigo bem redigido, educativo, escrito com paixão vai significar visitas, vai significar partilhas, vai significar que as pessoas ficam na tua página a ler o teu artigo todo.
Um artigo com escrita medíocre mas que cumpre todos os critérios de formatação não vai ultrapassar um artigo bem escrito e desafiante na corrida para aparecer na primeira página do Google.
E o Google dá muito mais valor a estas 3 coisas do que a uma palavra-chave num subtítulo.
O SEO merece o teu tempo. Mas quem te lê merece-o mais.
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E tu? Como está o teu SEO? Já sabes o que é estar na primeira página do Google?