Nota: este artigo é o 3º da série “Primeiros Passos”, específica para estudantes e empresários com pouca experiência no mundo do Marketing Digital (tens aqui o 1º e o 2º artigo). Quem sabe… talvez estejam agora a pegar no vosso novo projecto digital. Aqui, são bem-vindos. A menos que gostem de cozido à portuguesa. Nesse caso, podem ler o artigo mas saibam isto: não vos compreendo. ?
Uma das coisas mais importantes do quotidiano de um empresário, entrepreneur, estudante sério ou de qualquer pessoa ambiciosa, é separar o seu pensamento estratégico do operacional. O que não é fácil.
Podemos começar o dia a trabalhar no nosso plano para os próximos dois anos quando, de repente, aparecem 3 emails que têm de ter seguimento dentro do prazo “favorito” de todos nós: ontem. O que me lembra, aqui estão:
Por isso, antes de se arrancar “à séria” com um projecto, o meu conselho é ter estes 3 C’s muito bem orientados.
1 – Concorrência
Saber quem é a nossa concorrência dá-nos livre acesso a informação (e conhecimento) muito importante.
Porquê?
Porque os nossos concorrentes já resolveram a maioria das questões que estamos a ter com o nosso novo projecto digital. Se as resolveram, a resposta está reflectida na forma como actuam e, por isso, conseguimos encontrá-la.
É como se estivéssemos a fazer exercícios de matemática… com o livro de soluções ao lado.
Queres saber que preço cobrar? Olha para o preço cobrado pelos projectos com que estás a competir.
Queres saber quais são as coisas de que as pessoas sentem falta nos produtos que estão no mercado? Lê os comentários e as reviews que estão nas páginas e perfis sociais da tua concorrência.
O número de lições a tirar da concorrência pode ser enorme: o que fazem bem, o que fazem mal, o que é que os seus clientes valorizam, como é que chegaram ao sucesso. Porque não tirar partido de tudo isto?
No meu projecto Heelbook, uma página de humor, comecei por – e nunca parei – de olhar para outras páginas de Facebook e Twitter que faziam humor com os mesmos temas.
No início, isso foi crítico para perceber que formatos utilizar (percebendo quais tinham maior aceitação nas páginas da minha concorrência, como memes originais e, mais tarde, vídeos) e que estratégias utilizavam para crescer sem custo (tweetar ao vivo, juntar-me a hashtags).
2 – Capital
É também importante que saibas exactamente com que orçamento vais trabalhar ou, pelo menos, quanto dinheiro estás disposto a gastar para cumprir determinado objectivo.
Como tudo o resto neste mundo de rápidas mudanças, os valores a que chegares podem ser ajustados. Mas até pensares rigorosamente nestes números, não vais estar a analisar o teu negócio com detalhe.
Vamos imaginar um objectivo para um novo projecto digital. Estas duas formas de o exprimir são completamente diferentes:
“Quero ter muitos fãs no Facebook.”
“Quero chegar aos 2.000 likes no Facebook em 2 meses. E estou disposto a pagar não mais do que 200 euros para lá chegar.”
Na segunda afirmação, nota-se que, além de haver um objectivo claro, mensurável e definido no tempo (como o meu professor de Estratégia Empresarial me martelava na cabeça em todas as aulas), há um limite no investimento.
A existência desse limite significa que pensámos (e, quem sabe, usámos uma calculadora ou um Excel para fazer umas contas) para perceber quais as áreas críticas e objectivos do projecto que precisavam de dinheiro… e de quanto precisavam.
No entanto, pode até acontecer que o teu projecto não tenha dinheiro disponível.
O que não tem problema nenhum, porque existem várias maneiras de divulgar um projecto sem gastar 1 euro – alguns exemplos sobre como fazê-lo no Facebook.
Com o Heelbook, utilizei várias vezes anúncios de Facebook com o objectivo de aumentar o número de likes da página. Na minha cabeça, estava o limite máximo de custo por like de 10-15 cêntimos. Mas, a larga maioria dos likes tiveram origem gratuita (nomeadamente, de fãs que partilharam posts da página com amigos que, por sua vez, passaram a seguir o Heelbook).
Por isso, não te esqueças que, com ou sem dinheiro na carteira, é possível ter fazer que o teu projecto evolua.
3 – Conselheiros
Como falámos no início, é fácil embrulharmo-nos em estratégias, dúvidas de clientes, pedidos de ajuda de colegas, emails à espera de resposta e, claro, o telemóvel a tocar (já agora, tens 5 chamadas perdidas).
A solução? Ter quem nos aconselha. Quem, ao contrário de nós, olha para as nossas questões com olhos frescos.
Chegarmos às melhores pessoas para nos aconselhar sobre o nosso novo projecto digital tende a ser processo gradual. Não as vamos encontrar no primeiro dia de as procurar. Aliás, é das poucas coisas que não conseguimos encontrar no Google.
Mas procura 2-3 pessoas que possuam estas características:
- Domínio técnico do assunto em causa
- Experiência no meio
- Capacidade de analisar e explicar de forma construtiva
- Tempo
- 0,00% de problemas em dizer-te o que pensam
Com este tipo de pessoas na tua “equipa”, corres muito menos riscos de perder de vista o que é realmente importante e, mesmo que involuntariamente, afastares-te dos teus grandes objectivos. Ou seja, quando vamos fazer asneira, esta pessoa chega ao pé de nós e, se for preciso:
E, claro, com mais opiniões competentes, tendemos a cometer menos erros, a ter mais ideias e a explorar mais possibilidades.
Por isso, conselho de amigo: aconselho-te a procurar quem te aconselhe. (Nota: fui aconselhado a aconselhar-te neste sentido)
–
E tu?
O que achas mais importante de ficar pensado, escrito e resolvido antes de arrancares com o teu novo projecto digital?