Se estás num novo projecto digital ou prestes a dar o salto, juntei as 7 questões mais importantes que deves perguntar, para perceberes exactamente o que é esperado de ti e como podes ter o teu melhor desempenho.
Nota: deixei de fora a questão 8 e mais importante: “Levo já o Porsche ou mandam entregar?”
1 – Porque estamos neste canal?
Primeiro passo é sempre perceberes se o teu chefe sabe a resposta a esta pergunta, estejamos a falar de uma rede social, de um site próprio, de uma lista de emails – qualquer canal que possa ser usado num novo projecto digital.
Se sim, tens aqui o foco do teu trabalho. Mas se ele disser que está no Facebook porque os concorrentes também estão ou que quer estar no Snapchat porque os filhos adoram fazer snaps, pode caber-te a ti ser a pessoa da estratégia e responderes de forma inteligente a esta questão.
Se mais nada variar, estas são as principais boas razões para se estar num determinado canal, inspiradas no Joe Pulizzi e na Amy Porterfield:
- Vender – encontrar potenciais clientes e criar ofertas para eles
- Poupar – substituir formas de promoção dispendiosas por meios digitais em que é mais fácil e rápido controlar custos.
- Educar – tornar as pessoas mais sábias e capazes hoje (com o nosso post) do que eram ontem
- Inspirar – motivar as pessoas para enfrentarem os obstáculos e adversidade do seu dia (com o nosso post)
- Entreter – divertir fãs e potenciais fãs (com o nosso post)
A partir do momento em que tens a resposta (ou porque te é dada ou porque inteligentemente a vais descobrir), tens o teu ponto de partida.
A partir de agora, tudo o que vais fazer neste projecto vai girar à volta desta “razão de ser”.
2 – O que queremos que um fã/seguidor fique a pensar depois de ver um post nosso?
Esta é uma pergunta complementar à anterior, que serve para te dar uma ideia do onde é que os responsáveis da marca/empresa querem chegar.
Boas respostas para esta questão incluem (e podem ser um misto de):
- “Uau, quero comprar.” – o que significa que o teu foco vai ser entender muito bem os produtos e serviços que estão a ser vendidos para os puderes apresentar em posts e anúncios de uma forma apelativa. Ou em linguagem moderna:
- “Uau, esta malta sabe o que ’tá a fazer.” – o que quer dizer que te deves concentrar em perceber quais são as qualidades que a empresa tem, quais é que “agarram” um cliente e como podem ser comunicadas (ou seja, marketing de conteúdos, excelente arma mas que algumas empresas receiam)
- “Uau, tenho de mostrar isto aos meus amigos.” – o teu foco é descobrir, dentro do interesse/assunto em que o projecto se insere, qual é o tipo de conteúdo cuja mensagem tende a ser mais partilhada
3 – Temos regras, normas ou um manual de conduta?
Quando maior a empresa, mais provável é que ouças a estalada seca de um manual de normas a bater na tua secretária.
Nele, podes encontrar regras para o tipo de discurso que deves adoptar, normas para o uso de imagens (nomeadamente, logótipos e outras imagens da própria marca) e os procedimentos que deves adoptar em situações sensíveis, como a gestão de reclamações.
A vantagem? Ficas a saber algo que, às vezes, é difícil saber num novo projecto digital: os teus limites.
A desvantagem? Há manuais demasiado restritivos.
Mas, ao fazeres esta pergunta, estás a fazer uma das perguntas certas, que mostra que sabes o que estás a fazer.
4 – O que é que consideram um trabalho bem feito?
Vamos assumir que gostas de receber $$ em troca do teu trabalho. A pessoa que to vai pagar não vai gostar tanto, porque o (+) na tua conta é um (-) na dela.
E, facto é, que a maioria das pessoas (conscientemente, ou não) não quer pagar trabalho. Eventualmente, quer pagar resultados.
Se uma pessoa está 12 horas por dia, todos os dias, na secretária a trabalhar como uma doida, mas o projecto continua por fazer, o colega que chega sempre às 10 e sai às 18 com tudo sempre feito e certo vai ser chamado para ajudar.
Porquê? Porque trabalha “menos”, mas tem mais resultados. E o Sr. 12-Horas-Por-Dia lá fica, assim:
Se tiveres na cabeça que “resultados > trabalho” e souberes o tipo específico de resultados que o chefe a quem deste o teu IBAN pretende, ficas não só a par do tipo de trabalho que vais ter de fazer (perguntas 1 e 2), mas também que resultados e que fasquias o teu “boss” tem em mente.
Como estas duas coisas nem sempre coincidem, esta pergunta pode ser fundamental, assim como voltar a fazê-la e perceber se, do outro lado, acham que estás perto ou longe desses resultados (e o que podes fazer para melhorar, ou melhor comunicares o que tens feito bem).
5 – Qual é o nosso orçamento deste novo projecto digital que vai dominar o mundo?
Por falar em $$ a sair da conta…
Há empresas que têm disponíveis orçamentos folgados, que prevêem anúncios (Facebook Ads, Google AdWords,…), desenvolvimento de sites e apps.
Outras, têm orçamento para o teu salário…
Sabendo o orçamento que tens disponível, podes orientar a tua criatividade para os tipos de iniciativa que estão dentro desse orçamento.
E, claro, não começas a pensar em gastar dinheiro que não existe.
6 – Até agora, com que é que se tem tido mais sucesso… e menos sucesso?
Já deves ter ouvido uma das muitas variações da frase:
A menos que o teu novo projecto digital tenha arrancado ontem, é provável que encontres alguma “História da Empresa”, que vale a pena estudares.
Se já existem perfis nas redes sociais, vê quantos fãs têm, de onde são, se interagem… E quais são os posts que têm mais engagement (likes, comentários e partilhas).
Se o site da marca já está online, estuda o número de visualizações, as secções (e/ou publicações) com mais visitas, o tempo médio passado no site… E como tem cada um destes indicadores evoluído com o tempo, e por que motivo.
Independentemente do canal, tenta perceber o que aconteceu e porquê. Com essa informação, vais estar melhor preparado para teres sucesso.
Sem essa informação, seríamos o jogador de futebol que entra em campo sem sequer saber qual é o resultado.
7 – Como é um dia típico no meu novo projecto digital?
Esta uma pergunta não é só sobre o trabalho em si. Serve também para teres ideia se é um projecto em que vais fazer coisas de que gostas, em que vais aprender e para perceberes se as tarefas são muito repetidas.
Muitas pessoas mergulham num novo projecto ou emprego sem fazer esta pergunta. E, se é verdade que vai haver quem não responda de forma 100% transparente, um bom chefe vai sempre dar-te a melhor resposta possível.
Porque da mesma forma que tu não queres estar infeliz na tua função, ele ou ela não quer uma pessoa na empresa que não está contente de lá estar.
Ah, e menção honrosa para a questão: “Que apps usam no dia-a-dia?”, para ficares a saber se tens de aprender a mexer numa aplicação mais complexa, que a empresa considere vital. Quanto mais cedo começares, melhor.
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